Conheça mais sobre o Acampamento Volante de Serra Dourada
Na última quarta-feira (16/mar), a Chefe Laudineia Halabi, da Tropa Sênior Yucumã, conversou com Liliane Cardoso, da equipe de comunicação do GEJA, sobre o acampamento volante de Serra Dourada. Confira como foi a conversa e descubra tudo o que essa aventura pode oferecer!
GEJABlog: Qual é a história desse Acampamento? Sabe como começou? Quem já participou? Tem um objetivo específico?
Laudineia: A Serra Dourada (1050 m) é uma Área de Proteção Ambiental (APA) criada por decreto estadual e sob responsabilidade da Agência de Meio Ambiente do Estado de Goiás, com 16.851 hectares. A Universidade Federal de Goiás mantém uma reserva na Serra Dourada, para estudos e pesquisas. É uma região do cerrado composta por escarpas e formações de arenito assim como a ex-Pedra Goiana (Uma verdadeira escultura natural que desafiava a lei da gravidade, onde uma pedra enorme se apoiava sobre outra menor) derrubada por vândalos em 11/07/1965. Representa especial valor ecológico, devido à fauna e flora, lá estão árvores como o papiro e a arnica, por exemplo. Fica entre a cidade Goiás Velho e de Mossâmedes. Ficou famosa pelas areias das mais diversas cores, imortalizadas em obras de arte da artista Goiana Goiandira do Couto e outros. À tarde, reflete a luz do sol, provocando o efeito dourado que também lembra o ouro na origem da região.
Esta atividade, o acampamento volante na Serra Dourada, é direcionada para o Ramo Sênior sendo realizada pelo G.E. Polivalente – 3º GO, desde 1981, a cada 2 anos. O GEJA já participou das versões de 2009, 2011, 2013, 2015 e 2018. Estava tudo planejado para irmos em 2020, mas veio a pandemia e tivemos que suspender. A cada ano são convidadas Tropas Sêniores de Grupos Escoteiros diferentes, sendo o GEJA parceiro constante.
O objetivo do acampamento volante, como toda atividade escoteira é contribuir para o “desenvolvimento integral” do jovem, e esta em específico é interessante e adequada à faixa etária do Sênior e Guia, pois há a aventura e o desafio. É exigido esforço físico, habilidade em técnicas escoteiras, vivência cultural, bem como intensa vivência social por meio do relacionamento com membros de outros Grupos Escoteiros.
GEJABlog: Conte um relato de sua experiência em participações de outras edições do Acampamento Serra Dourada…
Laudineia: Eu participo de atividades na Serra Dourada há muito tempo. Sinceramente, já perdi a conta de quantas vezes subi a serra, algumas vezes pela trilha, outras pela estrada. Mas posso assegurar que nenhuma atividade é igual a outra. Há sempre uma nova descoberta e a sensação indelével do quanto é bom estar em contato com a Natureza e poder contemplar a beleza da Criação. A visão da paisagem e das noites estreladas no topo da Serra Dourada marcam de forma especial todos que a visitam.
GEJABlog: Na edição deste ano, quem vai participar?
Laudineia: Neste ano participarão, além do GEJA, os GE Polivalente – 3º GO; GE Lis do Cerrado – 30° GO; e talvez os GE Novo Horizonte-18º GO e Goyaz – 9º GO. Como informado anteriormente, o acampamento volante na Serra Dourada é direcionada para o Ramo Sênior, no entanto, neste ano abriremos uma exceção para a participação também do Ramo Pioneiro. Isso porque, devido à pandemia, a edição de 2020 foi cancelada e com isso frustrou a participação de vários jovens Sêniores e Guias na época que hoje estão no Ramo Pioneiro.
GEJABlog: Quais são as expectativas para o acampamento desse ano? O que ele terá de especial?
Laudineia: O acampamento “volante” tem esse nome por ser uma mescla de jornada e pernoite em locais diferentes ao fim de cada dia. Ao final do primeiro dia, após uma atividade com propósito cultural na cidade de Goiás Velho, os jovens percorrem uma trilha de 9 km carregando todo o material que irão utilizar durante a jornada. A parada para descanso e pernoite, bem como montagem do acampamento e preparação do jantar, ocorre por volta das 21:00. É um desafio para os jovens. Um marco, um rito de passagem.
No segundo dia, após outra jornada de 8 km, chegam por volta das 13:00 ao pé da Serra Dourada, onde preparam o almoço às margens de um regato e restauram as forças para o “ataque ao cume”. A subida é penosa, mas com um visual e oportunidade de experiência sensorial com a paisagem, fauna e flora, muito além do dia-a-dia dos jovens. A chegada ao topo acontece já no fim do dia e eles precisam aproveitar os minutos restantes de luz para montar novo acampamento e preparar o jantar. Após tudo isso, o merecido descanso.
No terceiro dia os jovens são envolvidos em diversas atividades no topo da Serra Dourada, com visitação aos principais pontos do parque ecológico. Em cada “estação” recebem instrução e palestras sobre as características do local e a importância da sua preservação, tanto para pesquisa científica quanto para contemplação.
À noite, o ponto alto de toda a atividade: o fogo de conselho, momento de muito entrosamento, risadas e lembranças das dificuldades físicas da jornada que os trouxe até ali. Tudo isso, sob um céu absolutamente magnífico, com a névoa da Via-Láctea e o brilho das estrelas inesquecível, uma vez que estão longe da luz dos grandes centros.
No último dia, a jornada final: uma descida íngreme de 7 km e mais uma caminhada pela estrada de 5 km até Mossâmedes, onde todos de reúnem em frente à Igreja Matriz para a tradicional foto geral. Ao final, os jovens voltam cansados por três dias de caminhada e noites sem cama, mas com o espírito leve e com muita história para contar.
GEJABlog: Fale um pouquinho da sua trajetória no movimento escoteiro e também da sua participação no GEJA.
Laudineia: Iniciei no Escotismo em Goiânia, no Grupo Escoteiro Polivalente. Lá fui Pioneira, Assistente na Alcateia, Assistente no Clã de Pioneiros e Chefe da Tropa Escoteira Feminina.
Em 2002 eu me mudei para Brasília e de imediato procurei um Grupo Escoteiro para meu filho mais velho, que estava na idade de Lobinho. Devido à proximidade de onde moramos, nos fixamos no GEJA. No princípio fiquei apoiando o grupo apenas no papel de mãe. Em 2006 retornei ao Escotismo oficialmente, no GEJA, como Assistente de Tropa Escoteira, função que exerci até junho de 2008, às vésperas do nascimento do meu filho caçula. Tirei licença por 6 meses e no início de 2009 retornei como Diretora Financeira. Fiquei na Diretoria, transitando entre a Diretoria Financeira, Administrativa e Vice-Presidência até o início de 2020, quando vim para a Tropa Sênior como Assistente. Dentro da UEL (Unidade Escoteira Local), o Ramo Sênior era o único que eu ainda não havia experimentado.